segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Papa pede facilidades para famílias jovens e numerosas


Por Inma Álvarez
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 14 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI pediu hoje às autoridades civis mais apoio concreto para as famílias jovens e as numerosas, ao receber os membros das administrações da Região do Lácio, da Província e da prefeitura de Roma.
Como é tradição, já que o Papa também é bispo de Roma e cabeça da província eclesiástica de Roma (território que coincide com a região do Lácio), Bento XVI recebeu em audiência as autoridades civis, para felicitá-las pelo ano novo.
Neste encontro anual, o Papa costuma aproveitar para tratar sobre problemas sociais de Roma. Desta vez, centrou sua atenção na família e na educação dos jovens, assim como nos doentes e na necessidade de um projeto urbanístico “pensado para a pessoa”.
Particularmente, elogiou a iniciativa levada a cabo por algumas paróquias e bairros novos para ajudar as famílias jovens com crianças pequenas, que frequentemente têm dificuldades para conciliar o trabalho e a vida familiar.
Estas comunidades eclesiais, “conscientes de que a abertura à vida está no centro do verdadeiro desenvolvimento humano, realizaram os ‘oratórios dos pequenos’. Estas úteis estruturas permitem que as crianças passem as horas do dia lá, enquanto seus pais trabalham”, explicou.
O Papa desejou que esta experiência e outras similares se estendessem a toda a cidade, para “ajudar os pais jovens em sua tarefa educativa”.
“Desejo também que possam ser adotados outros procedimentos a favor das famílias, em particular das numerosas, para que toda a cidade goze da função insubstituível desta instituição, primária e indispensável célula da sociedade”, acrescentou o Papa.
Também tratou sobre os jovens e sua educação. Hoje os jovens querem “saber quem é o homem e qual é o seu destino, e buscam respostas capazes de indicar-lhes o caminho a ser percorrido para fundar sua existência em valores perenes”.
Referindo-se à educação sexual dos jovens, insistiu em que “é necessário evitar propor aos adolescentes e aos jovens caminhos que favoreçam a banalização destas dimensões fundamentais da existência humana”.
O Papa convidou todos a compreenderem que, “ao pronunciar seu ‘não’, a Igreja na verdade diz ‘sim’ à vida, ao amor vivido na verdade do dom de si ao outro, ao amor que se abre à vida e que não se fecha em uma visão narcisista do casal”.
“Sobre estes temas, como também sobre os da família fundada no matrimônio e sobre o respeito à vida da concepção até seu término natural, a comunidade eclesial não pode deixar de ser fiel à verdade”, acrescentou.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

5 dicas básicas para preparar a Reunião de Pais


Talvez o preconceito mais instalado na mentalidade dos catequistas seja a incompatibilidade entre pais e catequese. Por si só, estes dois mundos parecem repelir-se. Entretanto, o processo da Iniciação Cristã, se quiser ser realmente eficaz, precisa envolver toda a família! Os agentes da Pastoral Familiar podem e devem ajudar muito neste sentido.
Vejamos 5 pontos básicos e bem práticos para prepararmos bem uma reunião com os pais dos catequizandos (crianças, adolescentes ou jovens). Esses encontros podem se tornar, com a graça divina e com o nosso zelo apostólico, o pontapé inicial para expandirmos um bom trabalho Catequese e Família e para que esses pais e responsáveis reavivem a sua fé.

1- Divulgação
Já diz o ditado que “A propaganda é a alma do negócio.”. A boa comunicação parte de algumas bases, uma delas é ter alguma forma de verificar se a mensagem é recebida. Não se trata de ter papéis extensos para os pais assinarem, uma simples rubrica num destacável e uma informação breve (local, hora e tema de reunião) basta.
Bem sei que os resultados são discutíveis, mas parece importante existir este cuidado. Isto nunca irá dispensar um telefonema aos pais, se possível. O importante está em procurar ferramentas adequadas.

2- Escolher um tema
Aqui poderiam estar também os tópicos de discussão. Mesmo que seja apenas para uma simples conversa. Às vezes, é apenas uma questão de cortesia, ainda assim convém não subestimar o poder destes pormenores.
Exemplo: uma reunião de pais com o tema “A identidade da criança cristã”. As idéias em discussão à volta deste tema serriam como é o caso da necessidade do exemplo do adulto cristão para a formação da identidade da criança.

3- Ter um ponto de partida
Tal como num encontro catequético, o ponto de partida pode e deve provocar/evocar a experiência das pessoas. Para quê? Para promover “faísca” na reunião, independentemente se ela for “acesa” com um esquema (como o da imagem) ou um fato da atualidade ou um breve vídeo ou uma dinâmica.
Pode-se iniciar a discussão com uma revisão do contrato educativo, uma ‘chamada à realidade’ para a catequese como resposta à vontade dos pais em procurar a comunidade.

4-. Dinamização
Os pais precisam de ter voz ativa na reunião. «Eu disse, eu faço, eu sinto-me bem, eu sou importante.» Só assim irão querer estar por inteiro e partilhar contigo as suas idéias, as suas experiências.
Pode ser algo simples, como a dinâmica de foto-linguagem: através de imagens mais ou menos óbvias, os pais seriam convidados a escolher uma e a explicar de que forma aquela imagem transmite uma das características marcantes dos seus filhos.
Para só então tentar perceber onde está a inspiração de Deus para eles, pois antes mesmo deles (pais) já Ele sonhava os seus filhos e preparava para eles uma caminhada de fé.

5- Algo +
Compromisso ou simples síntese. Algo concreto deve ficar. Desafia os pais do seu grupo a estarem mais presentes, nem que seja só para irem à missa com os seus filhos... pelo “exemplo” deles a criança irá crescer para se tornar no adulto cristão de amanhã.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Pronunciamento da CNBB pela PEC do Divórcio

Excelentíssimos Senhores Senadores,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vem manifestar sua preocupação com a Proposta de Emenda à Constituição, número 28 de 2009, em tramitação no Senado Federal, que pretende acabar com qualquer requisito constitucional, para que um matrimônio seja desfeito, no país.

A Constituição Federal em vigor, no artigo 226, §6º, assim se exprime acerca do divórcio: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.” A Proposta de Emenda Constitucional, número 28/2009 pretende simplesmente suprimir o artigo acima citado e seus parágrafos que tratam da família, desde sua criação e mantença até a sua dissolução, dizendo que “a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”.

Se o divórcio instantâneo ocorrer significa que o legislador ordinário poderá, se quiser, instituí-lo sem quaisquer condições: sem prévia separação judicial, sem prazo de convivência, sem prévia separação de fato. Isto pode ser chamado de “promoção ao divórcio”.

Ninguém ignora que a vida conjugal tem os seus momentos: alegria, felicidade e dificuldades. Todavia, as dificuldades tornam o amor mais adulto, mais maduro e consciente. A ponderação e o aconselhamento são fundamentais, diante desta decisão difícil. O divórcio é sempre um momento difícil. Por isso, há a necessidade de que estejam disponíveis todos os elementos relativos aos cônjuges, antes de tomarem decisões.

É fundamental que se considere que o divórcio que demora entre quatro e vinte minutos, banaliza a família, fomenta a irresponsabilidade, promove a facilidade e não deixa espaço à ponderação.

Cabe ao Estado proteger a família estável fundada no matrimônio, não por razões religiosas, mas porque ela gera relações decisivas de amor gratuito, cooperação, solidariedade, serviço recíproco e é fonte de virtudes para uma convivência honesta e justa.

Por fim, diante da Proposta de Emenda à Constituição, número 28 de 2009, a CNBB reafirma sua inabalável posição a favor da indissolubilidade do matrimônio e da família e a necessidade incondicional da proteção à família que a Constituição Federal promete no caput do mesmo artigo 226: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”.

Desta forma, a CNBB expressa sua preocupação em favor da família e reafirma sua posição contrária à essa Proposta de Emenda à Constituição.

Brasília, 11 de dezembro de 2009


Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana / MG

Presidente da CNBB
Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus / AM
Vice- Presidente da CNBB


Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro / RJ
Secretário-Geral da CNBB