domingo, 15 de novembro de 2009

SEMANA PÓS MATRIMONIAL - 3


ROTEIRO PARA RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA
(Anotações a partir da palestra proferida por Pe. Léo – 11-06-2005)

Começamos a partir de Mt 13, 24-30 – a parábola do joio e do trigo.
Essa parábola nos traz elementos importantíssimos que compõem um roteiro de restauração da família. Peçamos ao Espírito Santo que no ajude a compreender isso, pois o papa João Paulo II já dizia que a família é a grande parábola do que é verdadeiramente o Reino de Deus, e, segundo, porque essa palavra é dirigida ao pai de família, o que lhe dá um contexto bem familiar. Vejamos os pontos importantes

1. A família é projeto original de Deus
Que tipo de semente o homem semeou? Jesus afirma duas vezes que a semente era boa, ou seja, na sua origem não há nenhum problema: a família é sempre boa. A primeira idéia que nós precisamos ter para assumirmos o compromisso de restaurar a família. Mas o demônio quer passar a idéia de que matrimônio, família são sementes ruins.
Se, antigamente, as motivações para o casamento eram: sair de casa, ter intimidade sexual, gerar filhos para ajudar na mão de obra do campo... por que depois que tudo isso desapareceu enquanto necessidade as pessoas continuam casando? E muito menos na Igreja? Os números vêm diminuindo, mas, no Brasil, ainda acontecem mais de 800 mil casamentos por ano. Por que, então? Porque a semente é boa! Desde a criação do homem e da mulher ele já tinha o projeto original do matrimônio como dom, foi feito na intenção original. Homem e mulher criados à imagem e semelhança de Deus que é família e amor.
Ao perguntarem a São Tomás de Aquino se Adão e Eva se uniram sexualmente no paraíso, ele respondeu que não se uniram, foi por falta de tempo. Mas se se uniram foi a melhor de todas as vezes. Ora, foram criados para exercerem sua sexualidade. Deus viu que tudo era bom. A Igreja continua acreditando nessa verdade. O matrimônio abre e fecha as Sagradas Escrituras (Gen, 1, 26 e Apc 22, 17). O matrimônio está no ápice da criação, no ápice da salvação e no ápice da santificação (cf. (I Ts 4, 9-10)..O matrimônio não é castigo: é semente boa!

2. Se o casal não for vigilante...
Aí, vem a pergunta dos ceifadores: se o senhor semeou semente boa, por que o joio foi aparecer no meio? Talvez muitos casais se façam essa pergunta sobre o seu matrimônio. Por que eu sofro tanto no casamento? Por que meu marido/ minha esposa é assim? Por que eu sofro desde o primeiro dia de casada? Por que meu cônjuge é joio? A explicação é a mesma que Jesus deu: foi o inimigo, que semeou o joio na hora que eles repousavam.
Semeou o joio no meio do trigo: no meio do casal. Como Jesus em Mt 18, 19-20 “Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei aí no meio deles.” O sonho do diabo é viver no meio do casal, daí vem diabolos aquele que atravessa pelo meio, separando duas realidades, formando uma barreira. Ao semear no meio ele separa os dois. Semeou o joio e foi embora, aproveitando-se que o casal estava descansando, dormindo, ou seja, relaxado, acomodado... Esquecem-se de que quem ama cuida e se cuida. João Paulo II afirma que o matrimônio é uma realidade dinâmica que se realiza dia a dia, se exerce todos os dias.
Nas bodas de Caná, o mestre de cerimônias diz: “É costume servir primeiro o vinho bom...”. Na vida a dois também é assim: na época do namoro, há romance, preocupação com aparência, se quer estar junto o tempo todo... E quando não se é vigilante, o inimigo já está pertinho do casal com um punhado de sementes de joio. Quantos casais namoram tanto tempo, casam e logo depois se separam. Mas sabemos que Jesus serve o vinho melhor.
O joio tem uma característica terrível: é uma planta muito parecida com o trigo. Quem não conhece direito, acharia que os dois são a mesma coisa. O demônio – inteligente – usa-se de coisas muito parecidas com realidade do casamento.
Cada um pode tornar-se um misto de joio e de trigo se não formos vigilantes. Ninguém é ruim na sua origem, mas por causa dos revezes da vida, das nossas fraquezas, das mágoas que sofremos, das derrotas, acabamos nos tornando um pouco joio para o outro, sem querer. Mas, na origem, somos todos semente boa, de bom trigo. Quantas vezes só enxergamos o joio em nosso matrimônio, em nossa família.

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