terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Reflexão em Família para este tempo do Advento


A Religião tem como função “ligar novamente o homem com Deus”. Vale a pena salientar e repetir, que esse contato, essa intimidade do homem para com Deus, se perdeu com o pecado. Isto vemos no livro do Gênesis. Nele, vemos que o homem desobedece a Deus e deseja ser igual a Deus. De criatura, deseja ser criador. Deseja ter todas as respostas, ainda que precise inventar tais respostas. Apresenta-se ai o primeiro e maior problema do homem: O pecado.
Mas o que é o pecado? Bom, para tentar explicar a você o que é o pecado, vamos dar um exemplo. Vimos que o homem foi criado para estar em sintonia com Deus. Agora imagine um rádio. Quando você sintoniza uma estação de rádio você pode ouvir tudo que essa rádio diz ou toca. Você ouve o radialista, você escuta as notícias, você escuta as músicas…
O que ela mandar para você, enquanto você estiver “sintonizado” naquela rádio, você escutará. Assim era a relação de Deus para com o homem. Neste exemplo, podemos chamar a Deus de Dono da Rádio, e o homem de ouvinte. No início o homem era “sintonizado” 24 horas na rádio de Deus. Ouvia tudo que Deus lhe mandava. E o homem vivia feliz, sintonizado nessa rádio. Mas um dia, alguém disse aos homens que havia outras rádios. E que o homem poderia trocar de rádios quando e como quisesse. Disse que era possível até que se desligasse o aparelho, e o homem não escutasse mais rádio nenhuma. Alguém deu ao homem uma espécie de controle remoto e o homem passou a zapear outras rádios. Dai o problema passou a seguinte: O homem deixou de estar sintonizado com Deus. Com isso, o homem deixou de ser feliz.
Perceba que a intimidade foi rompida, mas o desejo de Deus, do eterno, do Divino, permaneceu em nós. A vocação a Deus permaneceu em nós. Podemos rejeitá-la, negá-la ou até ignorá-la. Mas ela está em nós. Está em mim e em você. Está no homem. Por isso muitas vezes tentamos encontrar formas de saciar isso em nós.
Ainda que pecadores, devemos buscar o arrependimento e o perdão, para estarmos sempre sintonizados ao Senhor. Aproveitemos estes dias que antecedem o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo para, através do sacramento da reconciliação, pedirmos a Jesus que reserve para nós um cantinho em sua manjedoura...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Matrimônio é território santo


Padre Fábio de Melo
O amor só pode ser eterno à medida que vivermos a conquista do outro todos os dias. E isso só a partir do momento em que o amor de Deus incendiar a nossa vida.
Em meu coração veio a imagem da sarça ardente, que está em Êxodo 3,1ss: "1.Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Um dia em que conduzira o rebanho para além do deserto, chegou até a montanha de Deus, Horeb. 2.O anjo do Senhor apareceu-lhe numa chama (que saía) do meio a uma sarça. Moisés olhava: a sarça ardia, mas não se consumia. 3.“Vou me aproximar, disse ele consigo, para contemplar esse extraordinário espetáculo, e saber porque a sarça não se consome.” 4.Vendo o Senhor que ele se aproximou para ver, chamou-o do meio da sarça: “Moisés, Moisés!” “Eis-me aqui!” respondeu ele. 5.E Deus: “Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa.
Nós só podemos ser livres quando temos dono, mas um dono que nos administre para o amor e para a liberdade. O meu Dono [Deus] me ama, tem apreço por mim! Não vai me sugerir nada que vá me fazer mal, porque Seu dom é amor. Ele não escraviza ninguém.
Para ter fogo é preciso ter lenha. Deus é o fogo. Nós precisamos ser essa lenha onde Ele queime. O Todo-poderoso não faz milagres para mostrar o Seu poder apenas, mas todas as manifestações do Senhor são para conquistar o coração que está ali. Ele assim fez com Moisés. A conquista vem através de coisas bonitas. Se você vai receber amigos, você dá o melhor. Busca um jeito de manifestar o amor. É isso que Deus fez com esse profeta.
O 'bonito' não se limita a um atrativo estético, interior. É você perceber algo a mais. É descobrir que alguma coisa daquela beleza supera as suas formas. É algo maior que me chama, que fala de mim, como se aquela beleza fosse algo que me falta.
O amor é essa capacidade de ver o outro de forma diferente. No meio de tanta gente, alguém se torna especial pra você e você se aproxima. Amar é você começar a descobrir que numa multidão, alguem não é multidão.
O amor é essa capacidade de retirar alguém da multidão, tirar do lugar comum, para um lugar dedicado, especial. Alguém descobriu uma sacralidade em você.
Quando alguém se aproximou foi porque você gerou um encanto. O outro se sentiu melhor quando se aproximou de você. A beleza da totalidade que você tem faz o outro melhor. A primeira coisa que o amor esponsal e conjugal cura são as orfandades que a vida nos colocou.
Algumas vezes a esposa é meio mãe do marido. É amor de complementos. Ser em pequenas medidas aquilo que o outro precisa que eu seja. Está fascinado? Está encantado? Tira as sandálias dos pés. Este território é santo! Não acredito em um casamento que não tem Deus na história. Como o seu marido vai reconhecer a sacralidade do seu coração se ele não traz a consciência de todo o sagrado que você é?
Namoro tem que começar assim: “Tira as sandálias dos pés, eu não sou um território qualquer”. O primeiro encanto tem que ser essa consciência de que se Deus lhe deu esta pessoa, Ele é dono antes de você.
O casamento é um encantamento pelo o outro, que vai ganhando sentido quando o vou conhecendo. O amor para ser verdadeiro tem que passar pelas fases da descoberta. Você tem que saber quem é outro.
A grande lição para quem se casa é esta: todos os dias você precisa se aproximar do outro e descobrir o motivo para continuar o respeito e a alegria de estar diante dessa 'sarça'.
Marido agressor tem que ir pra cadeia. Agressão é crime.
Eu convido você para pensar: o que é que você faz com a sarça que arde no coração de quem você casou? Será que em algum momento vocês se esqueceram do valor que têm? Que o outro não é um território qualquer onde eu posso banalizar?
O casamento é essa oportunidade bonita de se ajoelhar diante de alguém, de ter essa parte de Deus em sua vida. Como que você vai agredir a sua própria carne? Vocês são uma só carne!
Quando você chegou na vida do outro, ele já pertencia a Deus. Eu não posso apagar esse fogo de Deus que já existia nele, nela.
Casamento em que o outro é opressão, não é amor. O amor leva para o alto!
Se vocês não se promovem mais, significa que vocês estão esquecendo a vocação primeira do matrimônio: o de acender o fogo do amor, da dignidade e da felicidade do outro. Não levem para vida sexual instrumentais diabólicos. Se o amor que você tem por ela não for o melhor incremento, esqueça! Sejam criativos sim, mas sem perder a dignidade. A maior criatividade da vida sexual e para que vocês se sintam amados é carinho, afeto, dedicação!
Cuidado porque a roupa de coelhinha, professorinha, e etc, pode fazer seu marido esquecer que você é sagrada. Cuidado com essa mentalidade mundana que está transformando as mulheres e homens em objeto. O incremento da vida sexual é carinho, afeto, dedicação. Isso nos faz sentir amados!
O único objetivo do diabo tem é apagar nossa dignidade. Se você faz parceria com o diabo o seu casamento está em risco. Se você permite que sua dignidade seja atentada, põe o seu casamento em risco.
Abra os olhos na forma de educar seus filhos. E pense no amor que vocês dispensam um ao outro. Você não tem direito de tratar um ao outro de qualquer jeito.
Este corpo que você está abraçando, é território santo. É 'sarça' que precisa arder. É vida que precisa continuar iluminada e continuar na dignidade. Que precisa ascender, ir pro alto!

Transcrição e adaptação: Nara Bessa

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

SEMANA PÓS-MATRIMONIAL - 7


A IGREJA DOMÉSTICA: FRUTO E SERVIDORA DA EVANGELIZAÇÃO

“Quem recebe um desses pequeninos a mim recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.”. Receber Cristo não é uma tarefa opcional. É uma das mais urgentes necessidades do coração humano. Hoje, o mundo propõe muitas vias, muitas técnicas, muitas filosofias que se apresentam como capazes de fazer o homem feliz. Elas vêm e vão, deixando quem as segue desiludidos e confusos. Receber Cristo é a necessidade fundamental para a nossa própria realização.

E quem pode fazer com que nasça, cresça e viva Cristo em nós? Quem poderá fazer com que Cristo crie em nós raízes que nada pode arrebatar? Poderíamos citar a Igreja, a Bíblia, a Eucaristia, a Virgem Maria... mas há um agente, sem dúvida insubstituível, nessa tarefa: A FAMÍLIA. Ela tem a tarefa de fazer seus membros crescerem não apenas na dimensão física, mas na vida em Deus. É a mãe que ensina o filho a rezar, o pai que dá os conselhos éticos e morais, os irmãos que ensinam a partilhar... A família é a primeira edificadora do Reino de Deus na terra, verdadeira escola de fé!
(Card. D. Norberto Rivera, Arcebispo Primaz do México, do livro: Família, sé Fuerte!)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

SEMANA PÓS MATRIMONIAL - 6


DEZ MANDAMENTOS DO CASAL
1 - Nunca dramatizar os defeitos, mas saber elogiar as qualidades.

2 - Nunca gritar um com outro, nem fechar-se, mas sempre dialogar.

3 - Saber ceder, saber perder, saber recomeçar, perdoando sempre.

4 - Dizer a verdade com amor.

5 - Nunca humilhar principalmente diante de outras pessoas.

6 - Não culpar, nem ridicularizar o outro recordando erros do passado.

7 - Nunca ser indiferente, gelando o outro.

8 - Nunca ir dormir sem perdoar.

9 - Admitir as próprias limitações e procurar melhorar. Autocrítica.

10 - Rezar juntos, rir juntos, passear juntos, e não discutir nunca.
(Padre Léo)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

SEMANA PÓS MATRIMONIAL - 5


COMUNHÃO CONJUGAL: FUNDAMENTO DA COMUNIDADE FAMILIAR


A união dos esposos é o fundamento da comunidade familiar. Ela é a origem da verdadeira família, ainda que, por vezes, nos esqueçamos disso. Caímos num grave erro quando deixamos de lado o trabalho contínuo para fortalecer o vínculo do casal depois da celebração do sacramento do matrimônio. Essa união requer, de fato, por parte do casal, um esforço contínuo por meio da fidelidade cotidiana à promessa que fizeram de serem um do outro por toda a vida.

Deploravelmente, observamos que nem sempre a comunhão entre os esposos acontece por causa de um grande mal: a INFIDELIDADE. A doação que ocorre entre homem e mulher não admite exceções: é total e exclusiva!

Por um lado, vemos os casais que são vêem saída através do DIVÓRCIO: sofrem eles, e mais ainda, os filhos. Lamentavelmente, em uma sociedade tão permissiva quanto a nossa, faz-se urgente recordar que infidelidade e divórcio não são atitudes aprovadas por Deus!
Mas, por outro lado, vemos os exemplos de tantos homens e mulheres que permanecem fiéis!

Outra deformação da comunhão conjugal são as UNIÕES LIVRES que empurram os jovens a viverem juntos sem estabelecer nenhum compromisso social ou religioso. Refletem a imaturidade de quem não é capaz de criar vínculos. Não se pode brincar com a comunhão conjugal e quem se arrisca, pode colher graves conseqüências pessoais e familiares.

Para isso, o Apóstolo São Paulo dá a regra: “Sejam sempre humildes e amáveis, sejam compreensivos e suportem-se mutuamente no amor.”. E, se achamos difícil viver isso, o próprio Deus vem em nosso auxílio. Como diz o Salmo: “A ti, Senhor, se voltam nossos olhos e tu nos dás alimento ao seu tempo. Abris vossas mãos generosas e todos se saciam.”

(Card. D. Norberto Rivera, Arcebispo Primaz do México, do livro: Família, sé Fuerte!)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

SEMANA PÓS MATRIMONIAL - 4


Família e Sociedade
(Dom Petrini, por ocasião da 1ª Peregrinação Nacional das Famílias à Aparecida, maio 09)


A melhor maneira de viver o amor que leva à nossa plena realização – desígnio de Deus para o ser humano – é a família constituída por marido, mulher e seus eventuais filhos. Mesmo com toda a “propaganda negativa”, em recente pesquisa 97% dos brasileiros afirmaram reconhecer a família como um valor, um bem precioso. A mídia não é mais poderosa do que a experiência de se viver o amor em família.
Mas há dificuldades... a família parece não interessar ao mundo pós-moderno... A Igreja solidária com os sofrimentos da família, convocou esta peregrinação para evocar a proteção de Nossa Senhora Aparecida sobre as famílias e nos ajudar a refletirmos sobre este precioso bem.
Por algum tempo, parecia que a sociedade em si era mais importante do que os valores do Cristianismo. Assim, vem se instaurando o caos ético-moral que ataca principalmente o seio das famílias.

Família e virtudes humanas e cristãs
A família é lugar privilegiado para se resgatar a perda das virtudes sociais que geram corrupção, violência, etc. , É o espaço para se adquirem hábitos, valores, critérios e atitudes decisivas para a formação da identidade pessoal e relacional.
O capital humano da sociedade é gerado pelas virtudes transmitidas na família. É nela que os adolescentes e jovens começam a vislumbrar metas, projetos e um sentido para suas vidas. Os valores e virtudes familiares são transferidos para as diversas situações sociais. Se a família falhar na sua missão, esses valores essenciais vão faltar na sociedade. Onde se aprenderá, por exemplo, a confiança? Vendo televisão? No banco da universidade?

O ser humano se realiza no amor
O ser humano só se realiza através das relações. Não apenas o nosso corpo, mas a nossa personalidade á formada a partir de relações. Pensa-se muito em políticas pública voltadas para indivíduos, esquecendo-se de suas relações familiares.
Uma pessoa pode nascer em qualquer lugar... mas é muito mais saudável que nasça numa família que o acolha. É possível “amar” e procriar de qualquer jeito... mas é muito mais humano gerar uma vida como fruto de um amor conjugal. Uma pessoa pode morrer de qualquer jeito... mas é muito mais digno partir cercado por uma família zelosa.

A família é construção da cultura ou dado originário?
A família é uma invenção? Sendo assim, ela não poderia ser “reinventada” do jeito que quiséssemos, sem necessidade de respeitar o que veio do passado? Não é bem assim.
A família não é uma invenção, mas uma resposta a uma estrutura antropológica inata ao ser humano para suprir suas necessidades biológicas e psicológicas mais básicas. Ela é o único vínculo que envolve a doação da totalidade do ser

A diferença entre “amor” e “amar”
O amor é um afeto, um sentimento inesperado, que começa e acaba espontaneamente. Amar é uma decisão racional que envolve a vida inteira. É a base objetiva e estável da família. Não se podem banalizar as relações familiares ao mero nível da afeição, de sentimentos passageiros que mais cedo ou mais tarde morrem...

Por que é importante casar?
As relações humanas baseadas no afeto são muito instáveis. As simples “uniões de fato” revelam que as pessoas envolvidas não querem dar garantias de que se empenharão a vida toda para manter aquele relacionamento.
Casar juridicamente fortalece as relações entre o casal para que sejam preservados os aspectos positivos da vida conjugal. E casar na Igreja significa reconhecer que aquela união é desígnio de Deus. Jesus se torna presente na vida do casal, com sua potência divina, que os ajuda a vencer todo desânimo e fraqueza.
Todas as formas familiares são iguais? Ora, há diferenças nas uniões de fato que não podemos ignorar: “Se não der certo, a gente se separa...”, a vida do casal, a educação dos filhos fica na dependência de sentimentos meramente humanos... Famílias jurídica e religiosamente constituídas são socialmente mais confiáveis para garantir a educação dos filhos e a proteção dos idosos.
As políticas governamentais deveriam proteger e investir mais na manutenção deste tipo de família, porque é as famílias bem constituídas são mais úteis à sociedade, são as que mais contribuem para a paz.

Medidas para fortalecer a família
O Papa Bento XVI, aqui em Aparecida, pedia uma Pastoral Familiar “intensa e vigorosa”. Cabe a nós criar e incentivar uma “cultura da família”, uma mentalidade que mostre a família como algo desejável para o bem-estar de todos. Como? Não por imposição, mas por atração, pelo testemunho das nossas próprias famílias, divulgando como é importante a boa convivência familiar nas nossas comunidades, escolas, etc... Além disso, precisamos lutar por políticas “AMIGAS DA FAMÍLIA”, isto é, políticas de habitação, emprego, educação, que priorizem os pais e mães de família; meios de comunicação amigos da família, que evitem programas que denigram a imagem familiar; empresas amigas da família, que vão “pensar duas vezes” antes de demitirem pais de família para cortar seus custos.
Formar, enfim, uma SOCIEDADE AMIGA DA FAMÍLIA, também é tarefa nossa, testemunhando e multiplicando a idéia de uma cultura da família, bem como fortalecendo os movimentos familiares.

domingo, 15 de novembro de 2009

SEMANA PÓS MATRIMONIAL - 3


ROTEIRO PARA RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA
(Anotações a partir da palestra proferida por Pe. Léo – 11-06-2005)

Começamos a partir de Mt 13, 24-30 – a parábola do joio e do trigo.
Essa parábola nos traz elementos importantíssimos que compõem um roteiro de restauração da família. Peçamos ao Espírito Santo que no ajude a compreender isso, pois o papa João Paulo II já dizia que a família é a grande parábola do que é verdadeiramente o Reino de Deus, e, segundo, porque essa palavra é dirigida ao pai de família, o que lhe dá um contexto bem familiar. Vejamos os pontos importantes

1. A família é projeto original de Deus
Que tipo de semente o homem semeou? Jesus afirma duas vezes que a semente era boa, ou seja, na sua origem não há nenhum problema: a família é sempre boa. A primeira idéia que nós precisamos ter para assumirmos o compromisso de restaurar a família. Mas o demônio quer passar a idéia de que matrimônio, família são sementes ruins.
Se, antigamente, as motivações para o casamento eram: sair de casa, ter intimidade sexual, gerar filhos para ajudar na mão de obra do campo... por que depois que tudo isso desapareceu enquanto necessidade as pessoas continuam casando? E muito menos na Igreja? Os números vêm diminuindo, mas, no Brasil, ainda acontecem mais de 800 mil casamentos por ano. Por que, então? Porque a semente é boa! Desde a criação do homem e da mulher ele já tinha o projeto original do matrimônio como dom, foi feito na intenção original. Homem e mulher criados à imagem e semelhança de Deus que é família e amor.
Ao perguntarem a São Tomás de Aquino se Adão e Eva se uniram sexualmente no paraíso, ele respondeu que não se uniram, foi por falta de tempo. Mas se se uniram foi a melhor de todas as vezes. Ora, foram criados para exercerem sua sexualidade. Deus viu que tudo era bom. A Igreja continua acreditando nessa verdade. O matrimônio abre e fecha as Sagradas Escrituras (Gen, 1, 26 e Apc 22, 17). O matrimônio está no ápice da criação, no ápice da salvação e no ápice da santificação (cf. (I Ts 4, 9-10)..O matrimônio não é castigo: é semente boa!

2. Se o casal não for vigilante...
Aí, vem a pergunta dos ceifadores: se o senhor semeou semente boa, por que o joio foi aparecer no meio? Talvez muitos casais se façam essa pergunta sobre o seu matrimônio. Por que eu sofro tanto no casamento? Por que meu marido/ minha esposa é assim? Por que eu sofro desde o primeiro dia de casada? Por que meu cônjuge é joio? A explicação é a mesma que Jesus deu: foi o inimigo, que semeou o joio na hora que eles repousavam.
Semeou o joio no meio do trigo: no meio do casal. Como Jesus em Mt 18, 19-20 “Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei aí no meio deles.” O sonho do diabo é viver no meio do casal, daí vem diabolos aquele que atravessa pelo meio, separando duas realidades, formando uma barreira. Ao semear no meio ele separa os dois. Semeou o joio e foi embora, aproveitando-se que o casal estava descansando, dormindo, ou seja, relaxado, acomodado... Esquecem-se de que quem ama cuida e se cuida. João Paulo II afirma que o matrimônio é uma realidade dinâmica que se realiza dia a dia, se exerce todos os dias.
Nas bodas de Caná, o mestre de cerimônias diz: “É costume servir primeiro o vinho bom...”. Na vida a dois também é assim: na época do namoro, há romance, preocupação com aparência, se quer estar junto o tempo todo... E quando não se é vigilante, o inimigo já está pertinho do casal com um punhado de sementes de joio. Quantos casais namoram tanto tempo, casam e logo depois se separam. Mas sabemos que Jesus serve o vinho melhor.
O joio tem uma característica terrível: é uma planta muito parecida com o trigo. Quem não conhece direito, acharia que os dois são a mesma coisa. O demônio – inteligente – usa-se de coisas muito parecidas com realidade do casamento.
Cada um pode tornar-se um misto de joio e de trigo se não formos vigilantes. Ninguém é ruim na sua origem, mas por causa dos revezes da vida, das nossas fraquezas, das mágoas que sofremos, das derrotas, acabamos nos tornando um pouco joio para o outro, sem querer. Mas, na origem, somos todos semente boa, de bom trigo. Quantas vezes só enxergamos o joio em nosso matrimônio, em nossa família.

sábado, 14 de novembro de 2009

SEMANA PÓS-MATRIMONIAL - 2


A FAMÍLIA: FRUTO DA RECÍPROCA DOAÇÃO CONJUGAL
Quem não quer sentir a alegria interior de saber-se amado? Com que facilidade hoje se diz: “Eu te amo!” sem nem saber o que se está dizendo de fato. Como está deturpada a palavra “amor”. Deveríamos nos perguntar se sabemos realmente o que significa o amor, que pode ser confundido com um sentimento como outro qualquer, com uma atração física que impele ao ato sexual...
Mas dizia João Paulo II que o amor verdadeiro toca o núcleo íntimo da pessoa humana, que só se realiza quando é parte do amor. O amor, especialmente entre o homem e a mulher, não pode existir sem a vontade decidida de se amarem por toda a vida (cf. Gaudium et Spes 48).
Um amor que se apresenta perante Deus no sacramento do matrimônio, que não abandona o outro quando se enfrenta a dificuldade... Poderíamos dizer que o que falta hoje para a plena vivência do amor matrimonial e familiar é a decisão de amar e de faze-lo para toda a vida.
A verdade é que o matrimônio é o único lugar do amor pleno entre um entre um homem e uma mulher e, frente ao permissivismo de hoje em dia, a Igreja afirma que a doação física total (na relação sexual) seria um engano se não fosse símbolo e fruto de uma doação total da pessoa.
Não podemos ter medo de anunciar essa verdade, pois já temos o alerta de Cristo que sabia que muitos não a aceitariam: “Se alguém não vos receber...”.
A sociedade engana-se a si mesma ao considerar que a família se rebaixe a uma simples convivência de casais ou companheiros.
(do Livro Família, sé fuerte!, do Cardeal D. Roberto Rivera)

SEMANA PÓS-MATRIMONIAL - 1


Começamos nossa semana de formação do Setor Pós-Matrimonial com uma super dica para nossos blogeiros. O pediatra e mestre em Educação Jorge Montardo tem um blog bem interessante que aborda diversos aspectos da formação de crianças e adolescentes e que podem ajudar muito no relacionamento pais e filhos.

O endereço é: montardo-ap.blogspot.com

É possível aproveitar diversos artigos. Vale a pena conferir!

"Família, torna-te aquilo que és!" (João Paulo II)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

MOBILIZAÇÃO PARA O SETOR PÓS-MATRIMONIAL


Conforme planejamento da CNBB, este ano de 2009 está sendo de prioridade para o Setor Pré-Matrimonial, 2010 para o Setor Casos Especiais e 2011 para o Pós-Matrimonial.
Por isso mesmo, o setor Pós já está começando a se mobilizar para trabalhar algumas questões essenciais para esta área. Entre elas estão as iniciativas para acolhimento e assistência aos recém-casados e trabalhos com os pais de catequizandos, crismandos e noivos.
A fase de reconhecimento do panorama atual desses tipos de serviços em nossa Arquidiocese já começou. Se sua comunidade tem algum trabalho interessante e bem-sucedido que gostaria de partilhar conosco, entre em contato pelo e-mail: pastoralfrj@gmail.com.

domingo, 27 de setembro de 2009

O QUE É O SETOR PÓS MATRIMONIAL?


O cuidado pastoral da família regularmente constituída significa, em concreto, o empenho de todos os membros da comunidade eclesial local em ajudar o casal a descobrir e a viver a sua nova vocação e missão. Para que a família se transforme mais numa verdadeira comunidade de amor, é necessário que todos os membros sejam ajudados e preparados para as responsabilidades próprias diante dos novos problemas que se apresentam para o serviço recíproco e para a participação ativa na vida da família.
Acompanhar os esposos, para ajudá-los a crescerem na fé e aprofundar-se no mistério do matrimônio cristão. Assim, serão ajudados a ser felizes, ensinando-lhes a cultivar o amor, a entrar em diálogo, a trocar delicadezas e atenções, a centrar no lar todos os interesses da vida.
O setor Pós-matrimonial deverá desenvolver um trabalho buscando o entrosamento com a equipe do batismo (pais e padrinhos), grupos de terceira idade, grupos de crisma (pais de crismandos) para melhor atender as necessidades de cada família. Dentro deste setor, poderão ser desenvolvidos:
 Atendimento a grupos familiares (jovens recém-casados, casados há mais tempo, grupos de reflexão para a educação dos filhos, etc);
 Atendimento aos pais que pedem o batismo e crisma dos filhos;
 Atendimento a dias de retiro ou dia de retiro com casais;
 Atendimento e assistência aos pais e padrinhos dos noivos.
Na ação pastoral para com as famílias, a Igreja deverá prestar uma atenção especial para educá-las, a viver responsavelmente o amor conjugal em relação, com as exigências de comunhão e de serviço à vida, como também a conciliar a intimidade da vida de casa com a obra comum e generosa de edificar a Igreja e a sociedade humana.

“A força e o vigor da instituição matrimonial e familiar se evidenciam igualmente: as profundas mudanças sociais contemporâneas, não obstante as dificuldades a que dão origem, manifestam muitas vezes, de várias maneiras, a verdadeira índole dessa instituição” (Gaudium et Spes 47).
“A família recebeu diretamente de Deus a missão de ser célula primeira e vital da sociedade” (Apostolican Actuositatem – Apostolado Leigo 11,3).
“A família é a primeira escola das virtudes sociais necessárias às demais sociedades... É aí que os filhos fazem a primeira experiência de uma sã sociedade humana... É através dela que os filhos vão sendo introduzidos gradativamente na sociedade civil e na Igreja” (Gaudium et Spes 3).